Inovação tem
sido entendida como sinônimo de tecnologia, e isso não é verdade. Este equívoco
tem levado empresas a transferir a responsabilidade por inovações ao seu setor
de tecnologia da informação ou mesmo ao setor de P&D. Outras procuram criar
setores exclusivos para o desenvolvimento da inovação.
Como inovar é
a palavra do momento, organizações e empresas, públicas ou privadas, de todos
os portes e segmentos, têm investido tempo, esforços e recursos em inovação.
Ela está na pauta do dia. Em várias oportunidades, tenho conversado com C-level’s
e o assunto invariavelmente remete à pergunta: Como iniciar ou incrementar
processos de inovação na empresa?
Na maioria das
vezes, as respostas reforçam o que disse anteriormente, ou seja, já estão numa
fase avançada de criação de um setor/departamento de inovação; outros vão mais
longe e dizem que já estão fazendo vários investimentos em tecnologia.
Há algumas
semanas em reunião com um diretor de uma grande empresa do varejo, ele me confidenciou
que o presidente está à procura de um diretor de tecnologia porque deseja iniciar
o processo de inovação na sua organização.
Chamo sua
atenção para dois pontos importantes:
O primeiro é
que inovação não é departamental, não pode ser setorizada como acreditam alguns
comandantes de organizações. Inovação é um processo, necessita engajamento e
inclusão das pessoas, necessita colaboração.
A sua adoção deve ser realizada de forma estruturada para que todas as
pessoas possam fazer parte do processo, da “guarita” à “alta direção”, passando
pelas áreas operacionais, P&D, vendas, tecnologia etc. Deve-se estabelecer
uma sensibilização, isto é, instigar as pessoas a “se mexerem”, motivá-las a sair
do lugar, a pensar diferente. Por que ainda hoje tantos líderes ainda têm uma
visão reducionista quando pensam em inovação? Por que será que pensam somente
em profissionais e estrutura de TI ou P&D?
É preciso lembrar que
hoje todas as pessoas que fazem parte de uma organização têm acesso a
tecnologias de ponta e, muitas vezes, a tecnologias até mais avançadas do que as
da própria empresa. Vejam o fenômeno do BYOD (bring your own device) e, indo
mais longe, um outro fenômeno, o da consumerização.
Explicando melhor esses fenômenos, a linha
que separa o que é trabalho e o que é a vida
pessoal está cada vez mais tênue. As pessoas usam aplicativos (app’s) nos seus
dispositivos móveis no seu dia a dia e, naturalmente, não querem restringir o
uso desses aplicativos ao seu universo pessoal. Além do que querem que as
aplicações de negócio sejam tão simples de usar quanto as app’s, e as empresas
devem trabalhar de forma a facilitar esta integração.
Já está se tornando trivial
ler ou ouvir sobre o aparecimento de modelos de negócios tão ousados e
inovadores que colocam em xeque negócios tradicionais, muitas vezes, o negócio
de sua própria empresa! Como fazer para que as pessoas se engajem ao ponto de,
todos os dias, no seu deslocamento para o trabalho se perguntarem:
Será que o
que minha empresa fez ontem vale hoje? Será que o que eu fiz ontem ainda tem
valor ou faz sentido hoje? O que eu poderia fazer diferente? Como?
Isso, sim, é pensamento
inovador. A inovação deve ser perseguida por todos: líderes, times, parceiros
de negócios. A inovação deve ser o DNA da organização. Um detalhe: estas
questões valem para qualquer tipo de organização ou empresa, independente do
segmento de atuação. Inovação não escolhe idioma, segmento, tipo de produto ou
serviço ou estrutura organizacional.
O segundo
ponto a que me referi é o entendimento equivocado entre “inovação” e “tecnologia”.
Como vimos,
há realmente uma certa confusão entre inovação e tecnologia. Em minha opinião,
inovação não é tecnologia, mas, também
tecnologia. O que queremos dizer com isso? Que o mundo da inovação é muito mais
amplo e complexo e, é lógico que a tecnologia dele faz parte. A inovação envolve
processos, gestão, experiências etc. Por isso, as pessoas são as grandes protagonistas
desse processo. Nada acontece sem elas. Uma empresa inovadora atrai e retém
talentos, mantém seu negócio moderno, sustentável e rentável.
Esta visão faz parte
de um estudo que venho desenvolvendo há mais de 20 anos. Como estudioso da
evolução da microeletrônica e o consequente barateamento dos chips, já no início
dos anos 90, eu acreditava que grandes transformações tecnológicas se
aproximavam e que os recém-lançados “laptops” (revolucionários para a época)
viriam para o bolso e com um poder computacional dezenas de vezes superior. E
isso em menos de 10 anos! Essa evolução tecnológica implicaria em profundas
mudanças comportamentais, em outras palavras, os “trabalhadores do futuro”,
aquelas pessoas que eram crianças na época ou que ainda nem tinham nascido,
teriam como seus valores máximos a colaboração intensa (provocada pelo avanço
da tecnologia da informação e comunicação), com forte impacto em sua maneira de
viver e ver o mundo.
Logo, as
empresas e organizações precisariam repensar toda sua estrutura, visando
adaptarem-se a essa nova realidade, uma realidade de pessoas totalmente
diferentes. Outra conclusão importante foi que a inovação está diretamente
relacionada a pessoas felizes, o que para essa geração é ponto fundamental. Mas
o que é ser feliz dentro de uma organização? Nossas pesquisas e trabalhos nos mostraram
que, no tocante às pessoas, ter a pessoas certas nos lugares certos, faz com
que elas desenvolvam a criatividade, o pensamento inovador e o trabalho
colaborativo na busca por soluções únicas. Para a empresa que desejasse despontar
como inovadora nesse mundo colaborativo que se aproximava teria que, antes de
tudo, entender essa nova geração. Uma geração que não abre mão de valores, como
por exemplo: qualidade de vida, felicidade, bem estar e consumo consciente antes
do dinheiro. Uma geração que compartilha bens materiais e conhecimento.
Por isso, digo e repito: antes de pensar em tecnologia como inovação é fundamental repensar a gestão. Nessa direção, o primeiro passo é mudar o modelo de gestão utilizado, que foca a divisão do negócio em três grandes silos (administrativo, operacional e comercial) para um modelo totalmente colaborativo e inclusivo (mais informações sobre este modelo clique aqui ou acesse: www.keroinovar.com.br).
Por isso, digo e repito: antes de pensar em tecnologia como inovação é fundamental repensar a gestão. Nessa direção, o primeiro passo é mudar o modelo de gestão utilizado, que foca a divisão do negócio em três grandes silos (administrativo, operacional e comercial) para um modelo totalmente colaborativo e inclusivo (mais informações sobre este modelo clique aqui ou acesse: www.keroinovar.com.br).
Concluindo,
as pessoas são o pulmão das empresas e a chave para a conquista de melhores
resultados. Inovar requer um foco nas pessoas, pois times alinhados, motivados
e valorizados constroem inovações de valor, ou seja, inovações que adicionam
diferenciais reais para o negócio, que aumentam suas capacidades e o tornam
mais atrativo e sustentável.
Resultado? A
inovação passa a ser parte do DNA da empresa levando a processos inteligentes e
maior sinergia. Pessoas certas nos lugares certos, mais felizes e produtivas
gerando melhores resultados.
Fechando nosso
artigo, se você quer inovar, então pense a inovação de uma forma holística,
abrangente e colaborativa. E não se esqueça: as
pessoas são a fonte primordial da inovação. Quando trabalham juntas, constroem
coisas incríveis e fazem do mundo um lugar melhor para se viver.
Esse é o
caminho.